-- Minha menina lembra-te que até os livros de registros se fazem de branco porque escrito está que todo o mal há de ser consumido no mar de fogo da virtude da alma.
-- Senhor, mas eu gostaria que o mal parasse de crescer. Como pode assim ficar? Vós não ides combatê-lo?
-- Nesse mundo defendei-vos do mal. Essa é minha ordem. Tudo que for feito é apenas para “defesa”.
-- Bem, então estamos sob a proteção de tua luz de alguma forma. Mestre, por vezes sinto-me “a prisioneira” que sangra tua essência para o sabor de teus inimigos. Tu bem o sabes...
-- Voce é a virtude de minha essência e a paz vindoura do fruto da esperança. Haverá algo que a mim se oculta? Nos mais recônditos da escuridão ali me projeto e tudo posso mudar.
-- Entendo. Seja feito segundo sua sabedoria. Por vezes me recosto na cadeira de minha varanda e olho as estrelas do céu. Os homens a vêem apenas como luminares. Eu as vejo como estradas, passagens a serem percorridas pela tua criação. Portas para níveis de consciência e vivências.
-- Dimensões.
-- Sim.
-- Sinto-a triste.
-- Digamos...Nostálgica...
-- Te entendo.
-- Sim. Escutas minha alma. É que vejo tua sabedoria, tua grandeza, a luz de teu entendimento e olho esse mundo vivendo todo esse drama, isso muito me entristece. Sou a face de tua bondade. Estive nas cercanias do Paraíso e pedi ao guardião de tua bendita paragem que guardasse minha alma e que enquanto eu aqui permanecer que ninguém toque naquilo que é seu.
-- E ele?
-- Não recusou. Aceitou.
-- Isso é bom.
-- Ele estava a me explicar sobre árvore. É muito perigoso as pessoas quererem tal poder. Forças assombrosas a assolam. Bem e mal em sua mais alta potencia. Já nem sei mais o que virá, mas seja o que for estou em vossas mãos.
-- Olhe sempre as estrelas do céu e a luz que nelas brilha estará sempre em teu coração.
-- Sim. A luz das catedrais projeta sua arquitetura estelar e constrói uma escada em meu coração e o som de tua voz nela se faz ouvir. Ouço-te para esquecer, o som das vaidades faz muito barulho nessa Terra.
-- Assim diz o Senhor: “o silêncio é a vaidade dos ricos de alma”.
-- Amém.
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