06/08/2011

CATEDRAL DA ALMA

-- O Amor é como um espelho que te fita. Não tem como não olhá-lo e não mirar naquilo que ele expressa. Houve um homem muito sábio e muito nobre naquele tempo da Galiléia e não porque tinha uma ideologia, mas porque essa sua essência. Expressava só virtude, nada mais, a bondade, o amor e os atributos da paz “nele” estava. Aquilo, a “força” que tinha em seu coração foi feito do mais puro sentimento de nobreza da alma e um rei ele tornou-se não entre os grandes que viviam da soberbia da Terra, mas dos pequeninos que encontraram em sua imagem a força e a coragem para vencer as garras do mundo. Mestre, estava divagando sobre o tanto que a boa obra causa de bem, mas sei que esse mundo maldizem sua virtude chamando de “imbecis” todos os que honram tal sabedoria. Os olhos da corrupção banhados no puro ouro de tais nobres tolos não os farão comprar os prazeres que o céu proporciona. Maldizem a obra divina estampando em cada criatura ódio, guerras, fome e dor. Por teu nome ser Amor já basta para irritar os campos da maldade.
-- Minha menina lembra-te que até os livros de registros se fazem de branco porque escrito está que todo o mal há de ser consumido no mar de fogo da virtude da alma.
-- Senhor, mas eu gostaria que o mal parasse de crescer. Como pode assim ficar? Vós não ides combatê-lo?
-- Nesse mundo defendei-vos do mal. Essa é minha ordem. Tudo que for feito é apenas para “defesa”.
-- Bem, então estamos sob a proteção de tua luz de alguma forma. Mestre, por vezes sinto-me “a prisioneira” que sangra tua essência para o sabor de teus inimigos. Tu bem o sabes...
-- Voce é a virtude de minha essência e a paz vindoura do fruto da esperança. Haverá algo que a mim se oculta? Nos mais recônditos da escuridão ali me projeto e tudo posso mudar.
-- Entendo. Seja feito segundo sua sabedoria. Por vezes me recosto na cadeira de minha varanda e olho as estrelas do céu. Os homens a vêem apenas como luminares. Eu as vejo como estradas, passagens a serem percorridas pela tua criação. Portas para níveis de consciência e vivências.
-- Dimensões.
-- Sim.
-- Sinto-a triste.
-- Digamos...Nostálgica...
-- Te entendo.
-- Sim. Escutas minha alma. É que vejo tua sabedoria, tua grandeza, a luz de teu entendimento e olho esse mundo vivendo todo esse drama, isso muito me entristece. Sou a face de tua bondade. Estive nas cercanias do Paraíso e pedi ao guardião de tua bendita paragem que guardasse minha alma e que enquanto eu aqui permanecer que ninguém toque naquilo que é seu.
-- E ele?
-- Não recusou. Aceitou.
-- Isso é bom.
-- Ele estava a me explicar sobre árvore. É muito perigoso as pessoas quererem tal poder. Forças assombrosas a assolam. Bem e mal em sua mais alta potencia. Já nem sei mais o que virá, mas seja o que for estou em vossas mãos.
-- Olhe sempre as estrelas do céu e a luz que nelas brilha estará sempre em teu coração.
-- Sim. A luz das catedrais projeta sua arquitetura estelar e constrói uma escada em meu coração e o som de tua voz nela se faz ouvir. Ouço-te para esquecer, o som das vaidades faz muito barulho nessa Terra.
-- Assim diz o Senhor: “o silêncio é a vaidade dos ricos de alma”.
-- Amém.

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